Conheça um pouco da história da banda
Esta foi a primeira banda de white metal a gravar no Brasil. Na primeira metade dos anos 90, uma banda se destacou acima das demais. Seu début em vinil foi apontado como o pontapé inicial do heavy cristão. Portanto, o levantamento de sua curta história é bastante oportuno. Convém antepor que não consideramos questões de produção ou arte gráfica. Não que isso não seja importante. Ocorre, porém, que naquele começo era dureza para as bandas gravar qualquer trabalho; que dirá ter produtor fera, designer de renome, etc. Assim, nos restringiremos à música do grupo. E nisso, amiguinhos, o Calvário era imbatível! As letras I.X.O.Y.E., em grego, são as iniciais da frase “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”; faz alusão ao antigo símbolo cristão do séc. II, o peixe. O que impressiona nesse LP é a sua unidade. Você tem de ouvi-lo todo, numa tacada só, tal a coesão dos temas musicais. A voz aguda de Sandro de Maria é o diferencial. Ele ecoa uma lancinante mistura de Robert Plant e Rob Halford. Como o disco é bem cru, o efeito do vocal é diferenciado em cada faixa. Assim, a dramaticidade de “Jesus aos que vivem perdidos” transmite-nos uma sensação de desespero. Na zeppeliniana “Bosques em coma”, a linha vocal contida e as guitarras sem distorção, do início, dão um clima de conversa com o ouvinte, muito intimista. Mas nada se compara à força da mensagem final de “Tempos de justiça”: “busque Deus, ele é fortaleza, seu refúgio e seu consolo”. Como era habitual à maioria das bandas daquela época, as letras em português têm um apelo evangelístico direto. Ressalte-se, ainda, o peso granítico do baixo de Sá Bolan, grande discípulo de Steve Harris entre nós. A propósito, a praia do grupo era o heavy tradicional (NWOBHM); é notável o vigor injetado num estilo já exaustivamente explorado. O Calvário surgiu em 1992, em São Paulo, quando a banda Atlântida (onde estavam o Sandro e o Batera Abel, além de Val, guitarrista) se uniu à Calvary, de Sá e o guitar Areu “Iommy”. Com essa formação chegaram a lançar uma demo com seis músicas, no mesmo ano. Com o tempo, o Val foi para o Juízo Final, depois chamado de Intruder (nada haver com o Juízo Final atual). A partir de um convite de Magrão, o “Big Johnny”, aconteceu o lançamento de IXOYE pela então principiante gravadora AQUALUNG. Magrão era o líder da Sanctuarium (banda sucessora da famosa Big Johnny e os Caçadores de Almas Perdidas) e um dos dirigentes do selo. O esquema de divulgação fez com que o disco obtivesse repercussão na mídia e resenhas favoráveis nas revistas de rock. O futuro parecia garantido. Contudo, surgiram diferenças entre eles. Para o álbum seguinte a IXOYE, Sá e Areu queriam um som mais elaborado. Não houve unanimidade no quarteto. Quando Sandro resolveu sair para se dedicar a outra atividade, o esfacelamento foi inevitável. Areu e Sá foram para a Martíria (grupo ainda mais antigo que o Calvário), e Abel foi para o Kashmir. Por fim, acabaram deixando a cena metal – embora recentemente tenham aparecido num tributo ao Stryper. É possível ver na história do Calvário paralelos com a do Stryper (ver SACRED SOUND 2). Devido à postura séria e à visão evangelizadora, ambos alcançaram sucesso no meio secular. O Calvário também jogava Bíblias à platéia, além de tirar covers de conjuntos não-cristãos, como o Black Sabbath. A exemplo das americanas, seus membros provinham do circuito underground e focavam atingir primordialmente a esse público, não à igreja. Outrossim, nunca esconderam sua fé. Outro ponto comum é o cuidado com o visual: houve críticos que censuravam as roupas de couro preto e as tachas a la Judas Priest, como um dia condenaram as faixas amarelas de Mr. Sweet e seu “glam-rock team”.
Conheça músicas da banda
ARCANJOS DE GUERRA de CALVARIO
Veja videos da banda
Mestre do Planeta
Pacto
veces são cristoes mesmo?
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